Mutirão leva cidadania e garantia de direitos para Pessoas com Deficiência 19/10/2022 - 15:32

O Governo do Paraná promoveu nesta segunda-feira (17), um Mutirão de Serviços às Pessoas com Deficiência (PCDs), na sede da Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe), em Curitiba. Durante a ação, foram atendidas cerca de 20 famílias, para orientações sobre direitos dos PCDs, emissões de Carteiras do Autista (CIPTEA) e encaminhamentos para o Passe Livre Interestadual.

O secretário da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), Rogério Carboni, destacou a importância do evento. "Ações como essa promovem a cidadania e levam dignidade às pessoas. O Paraná é referência no atendimento e na garantia dos direitos das Pessoas com Deficiência. Vamos continuar trabalhando para que essas ações cheguem em todo o Estado", disse.

Ao todo, foram emitidas 17 Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), e outras duas estão em processo de confecção aguardando a entrega da documentação necessária. "A identificação da pessoa com deficiência é fundamental em qualquer idade e âmbito do Estado, mais especificamente da criança ou do adulto autista, já que essa característica não é fácil de identificar", afirmou Dinéia Urbanek, gestora de educação da FEPE.

“Hoje nós temos 10% dos alunos atendidos pela FEPE com um quadro de autismo. Entretanto, isso tem crescido a cada ano, porque no Paraná, a cada 36 nascidos vivo, um apresenta quadro de autismo. Nós abrimos uma turma só com crianças autistas, o que não acontecia em anos anteriores. Esse número tem crescido a cada ano”, explicou.

A Fepe é uma Organização da Sociedade Civil (OSC), sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da saúde, educação e prevenção, e mantém projetos de destaque, como o Serviço de Referência em Triagem Neonatal, mais conhecido como Teste do Pezinho, e a Escola Ecumênica, que presta atendimento Clínico e Educacional para Pessoas com Deficiência Intelectual e Múltipla.

Clésio Maurício, pai de uma das famílias atendidas, relata a dificuldade para o atendimento a adultos com deficiência fora do Paraná. "A nossa vinda para Curitiba teve como motivo garantir os atendimentos terapêuticos para a filha de 22 anos que tem autismo e deficiência mental. Na cidade onde morávamos, embora de médio porte, com 600 mil habitantes, o atendimento estava muito limitado porque as clínicas são especializadas na infância, então o adolescente, o jovem adulto e o adulto ficam em casa", disse.

“No caso da nossa filha, que tem uma deficiência mental grave, se não tiver um trabalho específico com profissionais gabaritados para realizar as atividades em um ambiente propício, não adianta que não há desenvolvimento.” descreveu Clésio.

Segundo Clésio, não ter a identificação específica já causou desentendimentos e episódios de discriminação. “A gente já viu casos de vizinhos levantando em reuniões de condomínio, questão de criança ou jovem que faz algum barulho fora de hora, que se porta de uma maneira não condizente com o regulamento social. A gente tendo uma identidade mostrando não só um laudo médico, é a prova de que ela é uma cidadã como tantas outras e que sim, tem uma característica especial, que é o autismo.”, afirmou.

O documento garante a prioridade no atendimento em serviços públicos, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social, e também privados, como farmácias, supermercados, bancos e outros estabelecimentos comerciais.